Perua VW Space Cross i-Motion é modesta e equilibrada.
De modo bem discreto, o Volkswagen Space Cross se infiltrou no mundo dos modelos com apelo aventureiro. O termo “discreto” tem certa ambiguidade, pois serve para quando falamos do design da carroceria (desenho mais reservado para um carro que tem inspiração nos off-roads) e sobre o mercado (foram 295 unidades emplacadas contra 1.011 do Fiat Palio Weekend Adventure, na primeira quinzena de fevereiro, de acordo com a Fenabrave - Federação Nacional da Distribuição dos Veículos Automotores).
Sua primeira aparição foi em agosto do ano passado ao se apresentar como irmão da perua Space Fox Sportline. Como gêmeos não idênticos, eles são bem parecidos no visual e trazem quase a mesma lista de itens de série. A principal diferença entre os modelos é o preço (cerca de R$ 3 mil a mais pela versão caçula, quando comparadas as opções automatizadas), que tenta se justificar pela suspensão mais elevada e pelos apliques diferenciados no acabamento da carroceria, como molduras pretas nas caixas de roda e frisos nas laterais.
Em uma linha com duas configurações disponíveis, a manual e a automatizada, ambas com motor 1.6 bicombustível de 104 cv, levamos a com câmbio I-Motion para passear. Como em todos os modelos deste segmento, logo de cara já se percebe que eles só se vestem com trajes mais ousados, mas que não se atrevem a enfrentar a fundo terrenos embaraçosos. Não é que lhe falta coragem, mas, sim, ferramentas (como tração 4×4 ou como o sistema Locker -bloqueio de diferencial - do Fiat Palio Weekend) para desbravar locais complexos. Por outro lado, a suspensão é digna de elogios, passa por obstáculos sem transferir impactos desagradáveis aos viajantes. E, apesar de mais alta, a Space Cross não deixa a carroceria rolar em curvas.
O modelo demora para ganhar velocidade, quando o condutor precisa apertar o cerco contra o acelerador, de forma rápida, como em situações de ultrapassagens. Falta certo fôlego. Porém, entre os automatizados atualmente oferecidos, este é o que menos decepciona. De 0 a 100km/h, o Space Cross faz em 12 segundos, de acordo com a Volks. No quesito consumo misto, a perua sabe fazer economia, são 9,3 km/l (na cidade/estrada), segundo a marca alemã.
A posição de dirigir é fácil de ser encontrada, o ajuste de altura do banco do motorista e a regulagem de altura e profundidade do volante (item opcional por R$ 400) são acertados ao ponto de oferecer conforto durante longas conduções. A boa ergonomia se completa com os comandos que ficam próximos à mão e muitos porta-objetos espalhados pela cabine. O silêncio a bordo, mérito do eficiente isolamento acústico, torna o ambiente na cabine ainda mais agradável.
O espaço é amplo para a fileira da frente e para de trás, o que resulta em comodidade, garantida pelos 4,18 metros de comprimento, 2,46 m de distância entre-eixos, 1,68 m de largura e 1,59 m de altura. Por ser um carro com foco familiar, seu porta-malas de 430 litros abriga as bagagens sem dificuldade, no entanto, a área fica para trás quando comparada ao rival Fiat Palio Weekend Adventure (R$ 56.570), que tem espaço para 30 l a mais, e o Nissan Livina X-Gear (R$ 56.900), que tem um bagageiro de 449 l. Ambos os concorrentes são oferecidos com motores maiores e mais potentes. A perua da marca italiana é equipada com trem de força 1.8 l, automatizado (5 velocidades) de 132 cv e o modelo da montadora japonesa traz também propulsor 1.8 l automático (4 marchas) de 126 cv.