Ignição eletrônica no distribuidor original

domingo, 8 de outubro de 2017

800 POSTS! Volkswagen Hebmüller: o Fusca conversível 2+2 que foi o precursor do Karmann-Ghia

É com muita alegria que neste domingo eu escrevo o post de número 800 deste blog. São seis anos, 234.387 acessos e 2.331 seguidores no Facebook, números que me deixam muito contente e que sei que foram crescendo em virtude de milhares de teclas apertadas falando de carros antigos, mecânica e toda a arte do antigomobilismo numa busca de uma abordagem diferente, dinâmica e divertida. Para que hoje eu esteja aqui escrevendo o 800º post, vocês amigos seguidores muito contribuíram para isso com os likes, comentários, compartilhamentos, parcerias e principalmente com a amizade de cada um. A ideia era publicar um outro conteúdo hoje, mas como na vida as coisas muitas vezes não são como queremos, trago um outro conteúdo indicado por quem já contribuiu e muito pelo blog. Contarei mais nas estrelinhas. Se você já está me dando a honra da visita, não deixe de dar aquele like bacana na página do Facebook e de seguir o blog também. Desta maneira, você fica sabendo de tudo o que rola aqui no blog, visto que sempre há um post novo todos os dias. Os botões de curtir e seguir estão aqui a sua direita, bem rápidos e fáceis. Para seguir o blog é necessária apenas uma conta do Google, coisa que todo mundo tem hoje em dia. Além disso, a sua direita também há um botão para que você possa se inscrever em meu canal do Youtube, onde muitas novidades aparecerão em um futuro muito breve para somar com alguns vídeos que lá já existem. Clicando nesses botões e dando essa forcinha, você está prestigiando o blog de uma das melhores maneiras possíveis para que ele continue crescendo e mais pessoas possam conhecer todo o conteúdo que é postado aqui para todos aqueles que, assim como eu, são apaixonados pelo fantástico mundo do antigomobilismo com admiração pelo incrível universo dos Volkswagen refrigerados a ar.
O universo VW a ar nos proporciona muitas coisas que vão além dos carros. Uma delas é a amizade. Quando se gosta de Fuscas ou de seus derivados, é impossível não se arranjar um amigo que levante a mesma bandeira. Assim que comecei a frequentar os eventos de carros antigos daqui de Sorocaba eu constituí muitos amigos e parceiros, estes que já contribuíram e muito para o desenvolvimento do blog. Um desses (e olha, são tantos...) amigos que tenho é o Carlos, proprietário de alguns belos Fuscas que já apareceram em sua maioria aqui no blog em fotos de eventos e que teve seu Fusca 1967 mostrado aqui há exatos 400 posts atrás. A ideia era estar postando hoje mais um exemplar de sua coleção que acabou de receber placas pretas, mas eu tive um contratempo e não pude ir a um evento onde fotografaria o carro dele e peço desculpas por isso. Mas como quem tem amigos, tem tudo, ele esteve no evento, fotografou os carros e já me mandou todo o material para que vocês conheçam nos próximos dias.
Uma outra coisa que o universo VW a ar nos proporciona é o conhecimento, que muitas vezes vem por meio das curiosidades. A matéria que vocês veem ao final do post me foi enviado também pelo Carlos ainda nessa semana. Nela, é contada toda a história dos VW Hebmuller, veículos raríssimos fabricados pela Karmann que mostram como é possível se fabricar um Fusca cabriolet com critério. Muitas dicas que estão nesse artigo que originalmente foi publicado no FlatOut podem ajudar para quem quer montar um carro conversível, visto que a modificação vai muito além de se cortar o teto. Além disso, há toda uma história envolvida nesses carros que vale a leitura de cada palavra.
A fonte como de costume está ao final do post. Quero agradecer mais uma vez ao Carlos pela contribuição!
Veja:


Volkswagen Hebmüller: o Fusca conversível 2+2 que foi o precursor do Karmann-Ghia

Por Dalmo Hernandes - 01/10/2017

Quando o Fusca foi idealizado por Ferdinand Porsche, o Professor provavelmente não imaginava que ele se tornaria um ícone: a ideia era criar apenas um carro barato para cumprir os requisitos de quem o havia encomendado – um certo Führer, que ficaria furioso em saber que seu carro se tornou ícone hippie nos anos 60, e que o carisma do Besouro é mais forte que sua ligação (incidental, vale frisar) com o partido nazista alemão.
Mas por que estamos falando tudo isto? Porque são evidências de que, por sua própria natureza, o Fusca é um carro versátil. Nascido popular, criado para oferecer robustez mecânica e relativo conforto para quatro pessoas, ele foi usado até pelo exército alemão, sendo a base para diferentes veículos militares; e acabou caindo nas graças dos entusiastas por ter o conjunto mecânico na traseira, entre-eixos curto e baixo peso, além de um motor muito interessante de preparar. E foi por isso que, no fim dos anos 1940, já quase uma década depois da criação do Fusca, a VW decidiu dar a ele uma personalidade mais esportiva e refinada.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a queda do regime de Hitler, o Fusca estava livre para ser o que a VW bem entendesse, e comprado por quem quisesse. E um dos caras que compraram um Fusca foi Wilhelm Karmann Jr, em 1948. Se você reconhece o sobrenome, não é por acaso: em 1901, Wilhelm Karmann (o pai) fundou uma fabricante de carrocerias com seu sobrenome e, meio século depois, a Karmann já era uma das mais tradicionais empresas do ramo. Pois bem: Karmann Jr. comprou seu fusca já com o intuito de modificar sua carroceria para transformar o carro em um conversível de quatro lugares.

Exemplares anteriores a 1949, como este Fusca conversível de 1938, eram protótipos ou carros construídos exclusivamente para oficiais do governo
Wilhelm Karmann Jr. levou seu carro até a Volkswagen em Wolfsburg com o intuito de apresentá-lo à cúpula da companhia e convencê-los a oferecer o Fusca conversível ao público. Dada a qualidade do trabalho, o construtor de carrocerias não teve muitos problemas para consegui-lo, e a produção do Fusca conversível pela Karmann – que chamava sua criação de VW Cabriolet – começou já em 1949.
Exemplar norte-americano do Volkswagen Karmann Cabriolet, de 1957. Repare nos “mamilos” ao lado dos faróis, como ficaram maldosamente conhecidos os piscas dos Fusca americanos
A mudança consistia em remover o teto e as colunas B e C, claro, mas não apenas nisto: as caixas de ar recebiam reforços longitudinais, uma barra transversal era colocada sob o banco traseiro e a parte interna dos para-lamas dianteiros usava painéis duplos de metal. A capota também era caprichada, usando uma armação de metal e uma camada de isolante térmico e acústico de 2,5 cm entre os revestimentos de lona. O vigia traseiro era de vidro temperado e, a partir de 1968, laminado. O VW Cabriolet foi fabricado ininterruptamente pela Karmann até 1980, seguindo todas as alterações ao projeto promovidas pela Volks, como a adoção da suspensão dianteira independente, do para-brisa curvo e de um painel de instrumentos de verdade.

O Beetle Cabrio fez sucesso, mas a VW queria algo ainda mais exclusivo e dedicado. Um carro que parecesse rápido, mesmo que não o fosse, e que custasse mais caro que o Cabriolet, na medida para os jovens do pós-guerra, que viveram um período de recuperação econômica nos últimos anos da década de 1940 e tinham dinheiro para gastar com um carro mais especializado. Mas o pequeno Volks ainda era tudo o que havia (basicamente, era um Fusca ou um Trabant naquela época), era dele que se iria partir.

Foto: Fusca Classic
Como a Karmann já estava ocupada produzindo o Cabriolet, a Volkswagen contratou outra firma para cuidar de seu Fusca esportivo: a Hebmüller and Sohn, fundada por Joseph Hebmüller em 1919 para construir carruagens e, depois, carrocerias para automóveis. Paralelamente ao início da fabricação do Cabrio, a Volkswagen encomendou à Hebmüler um Fusca conversível de dois lugares com linhas mais arrojadas e apelo mais específico. O resultado foi batizado como Volkswagen Type 14A, ou simplesmente Hebmüler Cabriolet, e tornou-se um dos VW arrefecidos a ar mais colecionáveis de todos os tempos.
O Hebmüler aproveitava o chassi do Fusca e todas as suas medidas, bem como a a maior parte das peças da carroceria, adotando reforços estruturais similares aos do Karmann. Dito isto, as modificações iam além: o para-brisa era rebaixado e uma nova tampa para o motor era feita, mais baixa, parecida com o capô dianteiro do fusca. Assim, a traseira ficava mais baixa e, efetivamente, se tornava um terceiro volume bem definido. A capota era menor, refletindo o fato de que o banco traseiro dava lugar a uma pequena área de carga.





Na foto acima, dá para ver os reforços estruturais na carroceria. O Karmann Cabriolet tinha construção similar
Acredita-se que a inspiração para o Hebmüller tenha sido o chamado Radclyffe Roadaster, um Fusca conversível de dois lugares que usava um capô dianteiro modificado na traseira e foi fabricado exclusivamente para o Coronel Charles Radclyffe, militar britânico que comandava a Volkswagen depois da Segunda Guerra. A diferença principal entre o Hebmüller e o Radclyffe Roadster é que, no “Heb”, a tampa traseira era feita sob medida, com uma chapa de metal moldada à mão, e não adaptando um capô dianteiro.



No geral, o Hebmüller Cabriolet tinha formas que lembravam bastante os cupês e conversíveis americanos da época, que tinham a traseira bastante pronunciada e para-lamas destacados da carroceria. Não por acaso, os EUA eram um dos mercados mais importantes para a Volswagen quando idealizou o Hebmüller Cabriolet. Em abril de 1949, depois de passar por 10.000 km de testes nas estradas europeias e apresentar resultados satisfatórios, o Hebmüller Cabriolet foi aprovado pela VW e teve 2.000 exemplares encomendados.
Dito isto, uma combinação de fatos infelizes colocaram um fim prematuro ao Fusca esportivo. Primeiro, um incêndio na fábrica da Hebmüller em junho daquele mesmo 1949, que começou na sala de pintura e foi se alastrando até a linha de produção, obrigou a companhia a interromper a produção do carro com apenas 50 unidades concluídas.


Após isto, a Volks transferiu a fabricação do Hebmüller Cabriolet para a fábrica da Karmann na cidade de Osnabrück, onde o Fusca conversível de dois lugares foi produzido até 1953. Foram feitos 696 exemplares ao longo de cinco anos. As estimativas a respeito de quantos carros sobreviveram à passagem das décadas são pessimistas, e falam em cerca de 100 carros. Não é à toa que é difícil até mesmo encontrar boas fotos de um Hebmüller Cabriolet por aí.




Paralelamente, em outubro de 1953, a Volkswagen apresentou um conceito chamado Type 14 no Salão de Paris. Ainda não se sabia ao certo na época mas, dois anos depois, o Type 14 começou a ser fabricado pela Karmann, compartilhando o chassi e a linha de montagem com o Fusca. A carroceria, desenhada pelo estúdio Ghia, era fabricada pela Karmann a partir de uma única peça de metal, sem emendas, e colocada sobre o chassi do Fusca. Por mais que, na prática, ainda fosse um Fusca, o Karmann Ghia tinha uma carroceria só sua, e das mais bonitas. Ele fez sucesso o suficiente para que a VW superasse o incêndio que marcou a existência do Hebmüller.

Fonte: Clique aqui!

6 comentários:

  1. Muito obrigado pela menção, amigo Jordan. Mas você já disse tudo. O antigomobilismo, nos traz conhecimento, amizades e companheirismo. Parabéns pelos 800 posts. Que venham mais 800!!

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    1. Eu é que lhe agradeço por todo o prestígio de sempre! Estou em débito contigo!

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  2. O blog só chegou a 800 posts porque você usa uma linguagem simples e direta para tratar dos assuntos, ai o pessoal gosta de ler.

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    1. Eu busco sempre escrever aquilo que eu curtiria ler. Felizmente tem dado certo e os amigos seguidores tem prestigiado!

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    2. Mas é esse o caminho, não adianta escrever com linguagem rebuscada pois senão o negócio fica chato de ler.

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    3. Sim, a ideia é manter o texto sempre dinâmico, por mais que eu me estenda em algumas ocasiões...hehehe

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