Há algum tempo atrás eu já queria fazer algum post nesse estilo por aqui, e finalmente chegou o dia que eu estou tendo a oportunidade de publicar. Além do antigomobilismo que eu gosto bastante, algo que eu fico muito ligado também no mundo do automobilismo é com os lançamentos e as opiniões que são expressadas por jornalistas, mecânicos, proprietários ou qualquer pessoa que tenha contato com um modelo de carro. Por esse motivo, eu dei um "jeitinho brasileiro" de fugir da minha rotina e fazer a minha visita ao Salão do Automóvel desse ano e trazer várias (e foram muitas!) fotos aqui para vocês. Com certeza, todo o entusiasta por automobilismo lá dos anos 60, 70 e 80 não pensava muito diferente: A grande maioria deles estava ali ligada em todo e qualquer tipo de novidade em nossa indústria automobilística em busca de conhecimento na área.
Naquela época, ainda não existia o maior meio de informação que temos hoje: A internet. Ou seja, para se saber alguma coisa, ou precisava se buscar algo na literatura, conversar com pessoas experientes ou realmente "rachar a cuca" para saber de algo. Uma das maneiras de se informar era por meio das revistas que tratavam da área automotiva, como a Quatro Rodas, mais do que citada no post de hoje.
Ao final da descrição desse post, eu trago para vocês uma matéria da Quatro Rodas onde é feito um comparativo entre os Fuscas 1300 e 1600, a Brasília, o Chevette e o Fiat 147. Logicamente na matéria foram apontados os pontos positivos e negativos dos modelos. Hoje em dia, é possível ainda considerar alguns dados técnicos apontados ali, e outros acabaram mudando com o tempo em virtude de vários fatores. De qualquer maneira, é uma matéria super legal e mais do que nostálgica.
Veja:
Comparativo: Fusca x Fiat 147 x Brasília x Chevette
Nos anos 70, dois carros da Volkswagen, um da Fiat e um da GM respondiam pela maior parcela de vendas no mercado nacional
24 dez 2015, 16h42 - Atualizado em 23 nov 2016, 20h21
VW 1300, VW 1600, Fiat 147, Brasília e Chevette: quem leva?
Os compactos 1.0 já dominaram o mercado brasileiro, com mais de 50% nas vendas. Com o tempo, eles perderam fôlego e esse número caiu para 34%, bem atrás daqueles com motor até 2.0, que hoje são mais de 60%. Em 1977, quando ainda não se falava em 1.0, o carro que mais se aproximava disso era o Fiat 147 L (1 048 cm³), que estreou as atividades da marca no Brasil.
O 147 estava em alta e ao lado dele outros quatro compactos disputavam a preferência do público e ocupavam a maior fatia do mercado: Volkswagen 1300 L e 1600 (antes de ambos serem oficialmente chamados de Fusca), Brasília e Chevette. Escolher um dos cinco significava uma boa compra. No ano em que a lei do divórcio foi sancionada no país, não haveria riscos de o proprietário se casar para sempre com um desses carros: era fácil revendê-los.
Os cinco apresentaram diferenças na atualidade do projeto. A reportagem considerou modernas as carrocerias de Brasília, Chevette e Fiat 147, ao contrário dos defasados Fusca. “Neles, a presença de para-lamas separados da carroceria e até de estribos – uma moda que acabou com a Segunda Guerra Mundial – fornecem uma imagem externa que só é aceita porque o público se acostumou a vê-la em grande quantidade”, dizia o texto, que chamou os outros três de sóbrios, “tendo renunciado a frisos e enfeites de aparência duvidosa em proveito de linhas mais limpas”.
O VW 1600 tinha motor refrigerado a ar e um projeto antigo
Na posição ao dirigir, só os VW tinham encosto reclinável, mas nenhum satisfazia plenamente. Eles forçavam o motorista a ficar com as pernas inclinadas para a direita. Os encostos de Chevette e 147 eram fixos, provocando certo desconforto.
O quadro de instrumentos é um aliado para que o motorista controle o bom funcionamento do veículo. Mas, a julgar pelo rigor do jornalista Claudio Carsughi, todos “fazem um julgamento negativo do motorista, ao utilizar as luzes-espia em lugar dos já tradicionais mostradores”. Para ele, os cinco expressavam o caráter econômico que motivou o desenvolvimento desses projetos. Os VW, com motor refrigerado a ar, não disfarçavam que pertenciam à mesma família: tinham um velocímetro redondo, que agrupava hodômetro e as luzes-espia do alternador, pressão de óleo e de eventuais defeitos nos freios.
A VW Brasília saía de traseira nas curvas
No 147 e no Chevette, arrefecidos a água, havia a necessidade de verificar a temperatura. Enquanto o Chevette trazia o termômetro, no Fiat o instrumento deu lugar a uma luz-espia. Seu mostrador incluía uma outra luz-espia que, além de alertar eventuais falhas, indicava freio de mão acionado.
O quesito porta-malas foi um duelo entre Davi e Golias. O menor deles foi o que apresentou a melhor solução para a bagagem. Com 3,62 metros de comprimento, o 147 podia levar 352 litros, contra 321 do Chevette, 287 da Brasília e míseros 141 litros dos Fusca. Se o banco traseiro fosse rebatido, a vantagem do Fiat aumentava: 953 litros, à frente de Brasília (945 litros) e dos Fusca (312 litros). E o Chevette? Aí é que está: não era possível abaixar seu encosto, o que limitava muito em viagens com a família. Tudo tem seu lado bom: se não dava para ampliar o espaço para as malas, ao menos o Chevette foi considerado o mais confortável do grupo.
O Chevette era o único três volumes, e usava pneus radiais.
Brasília batedeira
Você já deve ter ouvido falar que o motor da Brasília lembrava uma batedeira. Isso acontecia porque o motor ficava posicionado dentro do habitáculo, o que transformava um singelo diálogo numa gritaria coletiva. Por isso, o carro recebeu a pior avaliação em nível de ruído. Os Fusca e o Chevette tinham um motor mais bem isolado, e mesmo assim não foram páreo para o Fiat 147, o menos estridente de todos.
O Fiat 147 L apresentava uma carroceria mais moderna para os padrões da época.
Quem comprava um dos cinco compactos não podia esperar um desempenho espetacular. Mas os carrinhos eram valentes. O ponteiro do velocímetro de quatro deles superou a faixa de 130 km/h em quatro passagens. Considerando a média de todas, a vitória foi do motor 1.6 da Brasília, com 136,8 km/h. Muito abaixo ficou o VW 1300 L, com 111,7 km/h. O Fusquinha voltou a decepcionar na aceleração de 0 a 100 km/h, ao levar a eternidade de 33,61 segundos, quase o dobro de tempo do líder 147, que precisou de 17,77 segundos.
Se o VW 1300 L se arrastou na hora de acelerar, no momento de frear ele mostrou um pouco mais de equilíbrio. Ainda assim, ficou em último. Na frenagem de 80 km/h a 0, precisou de 35 metros, 1 metro a mais que a Brasília. O Fiat 147 L encabeçou a lista, com 30,75 metros, seguido por Chevette (30,98) e VW 1600 (31,65). Vindo a 120 km/h, o Chevette precisou de apenas 66,25 metros, 4 a menos que o Fiat 147. O VW 1300 não passou por essa avaliação, porque nem conseguiu atingir 120 km/h.
O VW 1300 era o menos estável dos cinco carros.
Com as melhores notas no comparativo, o 147 também não deixou a desejar em consumo, com a média de 12,7 km/l. O Chevette foi o segundo mais econômico, com 12,2 km/l, perseguido de perto pelo VW 1300 L (12,03 km/l). Os piores resultados ficaram com VW 1600 (11,5 km/l) e Brasília (11,2 km/l), demonstrando que os motores Volks bebiam mais.
O texto encerrava argumentando que os cinco na verdade poderiam ser reduzidos a três, uma vez que Volks 1300 L, Volks 1600 e Brasília eram versões do mesmo veículo: “As diferenças básicas são as cilindradas dos motores 1300 e 1600 e a carroceria da Brasília”. Fiat 147 e Chevette, os carros de concepção mais moderna, polarizaram a briga que, no fim, teve o compacto da marca italiana como o grande vencedor.
“Os cinco podem ser divididos quanto à carroceria em antigos
e modernos. São considerados antigos os dois Fusca e modernos a Brasília, o
Chevette e o Fiat, que apresentam as duas principais tendências atuais no setor
de carros pequenos e médios: dois volumes, casos de Brasília e Fiat, e três
volumes, o Chevette (…) A preferência por um estilo ou outro depende dos gostos
e necessidades de cada um. A opção de dois volumes permite, com as mesmas
dimensões externas, maior espaço interno.” – Julho de 1977.
Fonte: Clique aqui!
Esse teste é bacana, só que na hora da manutenção o 147 era um terror, pois, os mecânicos não entendiam nada dele.
ResponderExcluirNaquela época, muitos deles não sabiam nem ajustar o sincronismo do motor dos primeiros Chevette. Aliás, até os anos 90 os carros evoluíram mais rápido que os mecânicos...hehehe De uns anos pra cá que isso melhorou.
ExcluirNa verdade a Quatro Rodas nunca gostou do Fusca e já nessa época ela dizia que o Fusca tinha design ultrapassado que ele ficava bem num museu... enfim... só que tem um porém, o 147 que tanto ela idolatrava podia ser um projeto moderno, mas com uma mecânica e um câmbio ruins de dar dó, que na época não tinha UM que não reclamava desse carro, sem contar que mecânico nenhum queria ver 147 na frente, enquanto o Fusca com sua simplicidade mecânica ainda vendia horrores e fazia sucesso absoluto, mas para a Quatro Rodas o 147 era um carro maravilhoso... :P :P :P :P
ResponderExcluirMuita gente começou a olhar torto para o nosso querido Fusquinha quando alguns modelos mais novos chegaram. No entanto, todos aqueles que buscavam a durabilidade e conheciam o projeto (ou que já tinham Fuscas) trocavam de modelo. Meu Pai adora o 147, que foi o primeiro carro dele. Ele sempre me conta que a alavanca de câmbio saía com uma facilidade tremenda...hehehe
ExcluirVai ver que era mais fácil a alavanca do 147 sair na mão de quem dirigia do que a marcha dele engatar hehehehehehehehehehehe.
ExcluirQuando meu pai estava com amigos no carro, ele desrosqueava a alavanca do lugar e ficava com ela na mão, só para assustar os caras..hahahaha
ExcluirJá imagino o susto, não devia passar uma agulha. hehehehehehehehe
ResponderExcluirE ele fazia isso em rodovia...os caras ficavam loucos...hahahahaha
ExcluirMUÁAÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!!1 :D :D :D :D
ResponderExcluir